Maomé e Carlos Magno: o impacto do Islã sobre a civilização europeia, de Henri Pirenne

Maomé e Carlos Magno: o impacto do Islã sobre a
civilização europeia, de Henri Pirenne
MAOMÉ E CARLOS MAGNO: O IMPACTO DO ISLÃ SOBRE A CIVILIZAÇÃO EUROPEIA
HENRI PIRENNE
Tradução de Regina Schöpke e Mauro Baladi
312 páginas – de R$ 58,00 por R$ 34,80 no site da editora Contraponto.

"O final do século VIII viu realizar-se na Europa Ocidental um estado de coisas sem precedentes. Pela primeira vez desde a aurora dos tempos históricos o foco, não somente do movimento político, mas do movimento geral da civilização, transfere-se da bacia do Mediterrâneo para a do mar do Norte. O eixo do Império Romano estava na Itália; o do Império Carolíngio está situado na região compreendida entre o Reno e o Sena. As tribos gaulesas, que durante tantos séculos, perdidas no ponto extremo setentrional do mundo civilizado, haviam sido consideradas como extremi homini, ocupam doravante uma posição central. É Roma que se encontra agora relegada e como que atirada para a fronteira da nova Europa. Talvez não se tenha refletido suficientemente sobre a importância dessa transformação."
Henri Pirenne
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Desde a Antiguidade, um processo civilizatório foi construído em comum pelo trabalho, simultâneo ou sucessivo, de egípcios, sírios, fenícios, gregos, judeus, romanos e outros povos, cuja existência gravitava em torno do Mediterrâneo. Vida econômica e social, religiões, costumes e ideias se misturavam.
Tal unidade sobreviveu à queda de Roma no início do século V. Mesmo depois da invasão dos germanos, essa civilização continuou culturalmente romana e geograficamente mediterrânica. A ruptura só ocorreu no final do século VII, com a súbita e inesperada ascensão do Islã, que a partir de Maomé (571-632), em pouco mais de cinquenta anos, arrebatou sucessivamente o Império Persa, a Síria, o Egito, a África, a Espanha, a Córsega, a Sardenha e a Calábria.
Só então deixa de existir a milenar comunidade mediterrânica que sobrevivera ao Império Romano. O Mediterrâneo, Mare Nostrum, que ligava a Europa Ocidental ao seu entorno, converte-se em uma barreira que a isola. O culto do profeta toma o lugar da fé cristã. O direito muçulmano substitui o direito romano. A língua árabe se sobrepõe às línguas grega e latina. Duas civilizações passam a conviver, em conflito.
A desaparição da navegação mediterrânica carrega consigo o comércio e a indústria. As cidades, cuja atividade ela sustentava, se despovoam e caem em ruínas. A economia urbana é substituída por uma economia rural sem mercados. A Europa dobra-se sobre si mesma, e o seu centro de gravidade se desloca do sul para o norte. As tribos gaulesas e germânicas, até então confinadas à barbárie, ocupam doravante, no Império Carolíngio, uma posição central, enquanto Roma torna-se uma fronteira. Começa aí a Idade Média, gigantesca transformação na civilização europeia, matriz do Ocidente moderno.
"Sem Maomé", diz Henri Pirenne neste livro notável, "Carlos Magno seria inconcebível."
César Benjamin
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