Lançamento: Como os países ricos ficaram ricos ...e por que os países pobres continuam pobres, de Erik S. Reinert

Como os países ricos ficaram ricos ...e por que
os países pobres continuam pobres,
 de Erik S. Reinert
COMO OS PAÍSES RICOS FICARAM RICOS...
E POR QUE OS PAÍSES POBRES CONTINUAM POBRES
ERIK S. REINERT
Tradução de Caetano Penna
448 páginas – de R$ 78,00 por R$ 46,80 no site da editora Contraponto


"A disseminação da riqueza na Europa, e depois nas outras regiões desenvolvidas do mundo, resultou de políticas conscientes de emulação: o mercado era uma força domesticável como o vento. [...] Os fatores cumulativos e a dependência da trajetória histórica fazem com que os ventos do mercado soprem na direção do progresso somente quando um alto nível de desenvolvimento já foi alcançado. Quanto mais pobre o país, tanto menos os ventos do laissez-faire sopram na direção certa. Por isso, o livre-comércio e outras diretrizes políticas são uma questão de contexto e momento certos. [...] A ausência de contexto na doutrina econômica da corrente dominante é um defeito fatal, que impede qualquer grau de compreensão qualitativa."
- Erik Reinert

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Por que alguns países obtêm êxito no caminho do desenvolvimento enquanto outros fracassam? Essa pergunta atormentou durante muito tempo o economista Erik S. Reinert, norueguês por nascimento e cidadão do mundo por vocação. As respostas que ele dá aqui são inovadoras, mas, paradoxalmente, usam como ponto de partida autores antigos, hoje esquecidos. A combinação de história do pensamento econômico, experiência pessoal e reflexões teóricas contemporâneas é a marca registrada deste livro, ao mesmo tempo original, profundo e didático.
Seu alvo principal é a teoria econômica predominante, que se apresenta como portadora da modernidade e do futuro, mas não consegue especificar a qual futuro se refere. A alocação de recursos será ótima, ela diz, se for produzida pelo livre jogo das forças de mercado, simplesmente porque esse jogo produz uma alocação qualquer, desconhecida, considerada ótima por critérios internos à própria teoria que o glorifica. Se essa alocação denominada ótima produzirá bem-estar, não se sabe.
Se a imagem do futuro que se deseja atingir permanece indefinida, inexistem pontos de referência que permitam uma avaliação rigorosa dos processos reais. Diante de qualquer dificuldade, o pensamento dominante aciona uma saída de emergência, com a incessante repetição de que é preciso esperar mais e insistir mais, dobrando a aposta, pois -- eis aí o verdadeiro problema -- "o modelo de concorrência perfeita ainda não foi completamente implantado". Sendo o livre-mercado apenas um tipo ideal, incapaz de organizar efetivamente o conjunto da vida social, a implantação do modelo liberal, por definição, está sempre incompleta.
Cria-se um discurso que, como os demais discursos ideológicos, externaliza suas dificuldades. Não depende do confronto com uma realidade que lhe seja exterior, já que abriga em si condições suficientes para legitimar-se em qualquer circunstância. Paradoxalmente, os fracassos o fortalecem, pois ele sempre pode acionar sua fuga para a frente: "Isso e aquilo estão atrapalhando o mercado." O argumento pode ser repetido ad infinitum, pois sempre haverá inúmeras instituições e práticas, formais e informais, que "atrapalham" o mercado.
Como a vida social não pode ser reduzida a operações de compra e venda, qualquer sociedade transcende muito o mercado, qualquer uma contém, reproduz e recria inúmeras instâncias não mercantis. Elas existirão sempre e serão sempre as culpadas. As deficiências do projeto liberal conduzem seus defensores à inevitável conclusão de que é preciso aprofundar esse mesmo projeto. A incapacidade de realizar-se é, ao mesmo tempo, uma fraqueza do modelo, no plano da realidade, e uma fonte do seu vigor, no plano da ideologia.
O livro de Erik Reinert escapa desse círculo vicioso, reavaliando histórica e teoricamente o conceito de desenvolvimento. A partir daí, propõe novos caminhos.
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Cesar Benjamin
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Um comentário:

  1. POBREZA / RIQUEZA:

    “Não nos incomodamos tanto com a miséria dos outros, porque ela nos dá uma falsa impressão de que somos ricos. Já a riqueza de algumas pessoas nos incomoda mais, pois ficamos com uma verdadeira sensação de que somos pobres.”

    (Paulo Cesar Paschoalini)
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